Território Itaparica




O Território Itaparica tem a maioria de seus municípios banhados pelo rio São Francisco, sendo composto por cidades de dois estados, Bahia e Pernambuco. Na Bahia, são: Abaré, Chorrochó, Glória, Macururé, Rodelas e Paulo Afonso. E em Pernambuco: Belém do São Francisco, Carnaubeira da Penha, Floresta, Itacuruba, Jatobá, Petrolândia e Tacaratu. A identidade cultural do território se dá justamente por essa junção de culturas, essa indefinição de uma homogeneidade de cultura. A maioria das povoações de onde resultaram os atuais municípios do território teve origem na instalação de fazendas de criação de gado e/ou na edificação de templos religiosos, em torno dos quais surgiram e desenvolveram-se os núcleos urbanos, posteriormente, elevados à condição de sedes municipais.

A presença de povos indígenas é uma marca do território. Dentre os inúmeros grupos destacam-se os Pankararus em Tacaratu e Jatobá; os Pankararés nos municípios de Glória e Paulo Afonso, e os Tuxás em Rodelas.
O território foi ganhando um outro aspecto a partir de uma sequência de intervenções do Estado, voltada à produção de energia e inspirada na iniciativa de Delmiro Gouveia quando da construção da Usina Hidrelétrica Angiquinho, na Cachoeira de Paulo Afonso, em 1913, com o propósito de alimentar a sua indústria têxtil. A criação da CHESF, em 1945, foi o marco inicial com a finalidade de explorar o potencial energético da Cachoeira de Paulo Afonso. Até então, Santo Antônio da Glória era o município mais importante da região, e a localidade onde está situada a cidade de Paulo Afonso era um distrito de Glória. Ali havia apenas um povoado, denominado Tapera de Paulo Afonso, cuja expansão determinou sua emancipação em 1954.

     Outros componentes dessa mesma natureza, vinculados historicamente ao fenômeno do cangaço, fortemente presente na região por meio da atuação do seu mais expressivo personagem, Virgulino Ferreira – o lendário Lampião – são referenciais sócio-culturais, que não devem ser desprezados e vêm contribuir de algum modo para o desenvolvimento sustentável da região. O sotaque das cidades que compreendem o território são bastantes misturados, com influências fortes de Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Paraíba, além da própria Bahia.

A atividade desenvolvida no meio rural que mais se destaca no Território é o artesanato, a exemplo da tecelagem em Tacaratu, organizada pela Cooperativa dos Tecelões de Caraibeiras, a Oficina Artesanal Mãos de fada de Rodelas, a Associação de Tecelagem da Malhada Grande e a Associação de Tecelagem do Rio do Sal, essas última no município de Paulo. Nas suas produções se destacam as redes, mantas, tapetes e colchas que são exportados para diversos Estados brasileiros e até para outros países. Existem iniciativas de artesanato em cerâmica, madeira, sementes, couro e palha, feito por comunidades tradicionais e indígenas.
As pinturas rupestres são outro indício forte no território, algumas cidades mantem sítios arqueológicos, como Paulo Afonso, Macururé, Rodelas, Tacaratu. belezas do bioma caatinga recortadas pelo Rio São Francisco, uma região de lagos naturais e artificiais, um cenário enriquecido com as mais belas paisagens de canyons e cachoeiras e águas que servem à geração da energia elétrica para garantir o abastecimento, a produção e avanços tecnológicos no Nordeste brasileiro.
O Produto Interno Bruto – PIB dos municípios do Território de Itaparica é originado nas arrecadações sobre a agropecuária, indústria e serviços. Os dados reunidos em percentual, a partir dos órgãos de pesquisa, nos dois Estados, permitem verificar que o valor adicionado da indústria vem em primeiro lugar com uma média entre os dois Estados de 60,44%, devido à produção de energia nas usinas hidroelétricas instaladas; em segundo lugar os serviços com 34,72% e, em terceiro lugar, vem a agropecuária com 4,84% do PIB, muito embora seja essa a vocação original e mais antiga do Território.
Os PIBs dos seis municípios somaram R$ 1.365 milhões em 2005, aproximadamente 1,5% do PIB da Bahia e 35,9% do referente aos três territórios, sendo cerca de 90% do valor gerado em Paulo Afonso. O complexo hidroelétrico localizado nesse explica a concentração, assim como o grande peso que o setor industrial apresenta no VAB do município. Nos demais, como se observa na Tabela 1, os maiores pesos são do setor serviços.

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS SOCIAIS
A população total do território é de 286.471 habitantes, dos quais 104.725 vivem na área rural, o que corresponde a 36,56% do total. Possui 16.494 agricultores familiares, 2.564 famílias assentadas, 9 comunidades quilombolas e 17 terras indígenas. Seu IDH médio é 0,67.
Tabela 3. Índice de desenvolvimento humano e distribuição da população urbana e rural

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS NATURAIS
Em termos geográficos o Território tem como principais pontos os lagos das represas das hidrelétricas de Itaparica e do Moxotó; a cachoeira de Paulo Afonso; o canyon do São Francisco, com extensão de cerca de 60 km, navegável após a implantação da represa de Xingó; a Estação Ecológica Raso da Catarina, nos municípios de Paulo Afonso e Glória, as Serras do Tonan, em Glória e Macururé; e o conjunto de ilhas localizado no trecho do Rio São Francisco, que margeia o município de Chorrochó.


Um comentário:

  1. "A população total do território é de 286.471 habitantes" com referencia a esse fragmento do texto que fala do total de habitantes está correto esse numero ou ele abrange outras cidades como tacaratu e jatoba nessa soma?

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